O Papel Vital da Fisioterapia Cardiorrespiratória na UTI e no Pós-Operatório Cardíaco

Como fisioterapeuta com anos de experiência em ambientes críticos e reabilitação cardiovascular, reafirmo a importância inestimável da fisioterapia cardiorrespiratória para pacientes em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e após cirurgias cardíacas. Não se trata apenas de recuperar movimentos, mas de restabelecer a funcionalidade pulmonar e cardíaca comprometida por condições graves ou procedimentos cirúrgicos.

Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI): Um Suporte Essencial à Vida

Em UTI, a intervenção fisioterapêutica é fundamental para a manutenção da via aérea, higiene brônquica e otimização da ventilação mecânica. Técnicas específicas auxiliam na prevenção de complicações pulmonares e na recuperação da força muscular respiratória, essenciais para o desmame da ventilação mecânica e a retomada da respiração espontânea. A mobilização precoce no leito, mesmo em pacientes críticos, demonstra benefícios na prevenção da perda de massa muscular e na melhora da funcionalidade ao sair da UTI. A presença do fisioterapeuta intensivista é crucial para a equipe multidisciplinar, contribuindo para um manejo mais eficaz do paciente crítico.

No Pós-Operatório de Cirurgias Cardíacas: A Chave para uma Recuperação Segura

No pós-operatório de cirurgias cardíacas, como as de revascularização das artérias coronárias, a fisioterapia cardiorrespiratória atua diretamente na recuperação da capacidade pulmonar reduzida e na força muscular respiratória, frequentemente afetadas pelo procedimento. Programas de reabilitação cardíaca supervisionados reduzem significativamente o risco de mortalidade e eventos cardiovasculares futuros, além de melhorarem a capacidade funcional, a independência e a qualidade de vida dos pacientes. A intervenção inclui exercícios metabólicos, técnicas de tosse eficaz, exercícios ativos e treino de marcha, adaptados à condição individual de cada paciente. A mobilização precoce no pós-operatório demonstrou reduzir os efeitos negativos do repouso prolongado no leito e aumentar a autoconfiança do paciente para a alta.

Conclusão

Ignorar a fisioterapia nesses contextos é subestimar o potencial de recuperação plena e a prevenção de complicações a longo prazo. É um componente crucial para que o paciente retome suas atividades de vida diária com segurança e confiança. A fisioterapia cardiorrespiratória, baseada em evidências científicas, é um pilar no cuidado do paciente crítico e em reabilitação cardíaca, promovendo saúde cardiovascular e funcionalidade.